quarta-feira, 26 de julho de 2017

da purificação pelo fogo

Não, não, não. Não vou agora pôr-me para aqui em patuscada jocosa acerca dos rituais de uma qualquer irmandade. É mesmo do fogo que me vou a escrever. Do como estou para aqui em dedilhar lira ao vê-los em distância.
Que arda tudo. Vai em coisa de 80.000 hectares? Coisa de nada, que arda mais, isso não é mais que a timidez de um décimo das searas de eucalipto que alguns canalhas informados chamam de "floresta".
Agora mais prudentes na salvaguarda de vidas humanas, dos animais e do suor de que se fazem paredes e telhas, pode imaginar-se maior esplendor pirográfico?
Que se evacuem as aldeias.
Que tudo arda de norte a sul.
E depois que tudo arda outra vez.
E outra vez.
Até à exaustão do "não dá a conta".  Mesmo quando a fatura do champanhe aéreo e terrestre derramado sobre as gigantescas bolas de fogo é extravagância inútil para débito do contribuinte.
Pode bem ser que então e só então, a pastorícia, a apicultura, as madeiras nobres, os frutos e a paisagem passem a "dar a conta".
Pode ser que então os cavalheiros que nas cidades acham "saudável" que as pessoas se estejam "nas tintas para a legislação florestal" venham a perceber as vantagens em coabitar com o zumbido das abelhas.
Pode ser que então um sangue novo venha a reabitar todas as aldeias.

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